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Impacto da AI na indústria CGI – Fim do artista ou mais inteligência para o processo?

 

 

 
 
 
 

Se a AI está em toda parte, por que não estaria presente também na arte? Você pode pensar: “porque criar arte é um processo manual ou ‘tradicional’”. Mas o meu convite é para a reflexão de que a AI no 3D pode ampliar as possibilidades para o artista, além de trazer mais agilidade e eficiência no processo.

 

 uma ferramenta de inteligência artificial dentro do Discord (um canal de comunicação que muitas empresas da nossa área utilizam), trata-se do Midjourney.

 

Penso que a Vida do Artista é uma constante melhoria de processos, afinal, se algo é bom, sempre pode melhorar! Espero que o que vamos  compartilhar por aqui possa te inspirar a ir além na sua criatividade como artista 3D.

 
Quanto tempo você leva para criar uma arte 3D?
 

Geralmente, leva-se para concluir uma arte um período que varia de dias a semanas, depende da complexidade da representação. Agora imagina reduzir o processo para poucos minutos ou até segundos, com um resultado altamente satisfatório?

 

Etapas como composição, iluminação, renderização, fotografia, conseguem ser otimizadas com o midjourney, por exemplo. A ferramenta atua por meio de uma base de dados, conseguindo, por exemplo, juntar fotos e artes, mesclando estes dois ou mais fundamentos artísticos, entregando cenários, por exemplo, com uma riqueza impressionante em relação aos detalhes.

 

No processo de experimentação, muitos artistas foram questionados sobre suas percepções sobre essa realidade da AI no 3D e, por ser algo ainda novo, as principais dúvidas eram:

 

– Como a AI pode ajudar o artista em seu processo de criação? – Será que as ferramentas que existem atualmente, substituem o trabalho do artista?

 

Por mais que o Midjourney faça atividades com maior agilidade do que a mão do artista, o grande desafio é substituir o olhar humano, ainda existe uma pessoa operando a ferramenta, nesse caso, o próprio artista.

 

Vamos compartilhar aqui essa experiência para te mostrar o que a AI pode fazer pela concepção artística.

 

Explorando o Midjourney e outros recursos na prática

 

A princípio, o Midjourney pode parecer confuso, mas por ser uma versão beta, tem evoluído muito rápido e sua base de dados tem sido aprimorada pelos próprios artistas.

 

Para você que deseja se aventurar na plataforma, basta acessar a barra ‘newbies’, por se tratar de uma ferramenta intuitiva, a adaptação à interface é simples.

 

No site da ferramenta, há explicações breves de como interagir e depois da (/imagine) você pode substituir o “imagine” por palavras-chave para atrair a imagem que deseja, são infinitas as possibilidades de exploração. O que você quer? Sua bagagem técnica pode te ajudar a ser mais preciso na busca.

 
Experimento realizado
 

Para explorar a AI na composição artística, os recursos do midjourney foram utilizados. No processo de experimentação, desejava um render ultrarrealista e, a partir isso, foram direcionadas palavras-chave específicas: Ultra Realistic Rendering, 3ds max, V-ray, Jungle, Jedi Temple, cliffs, waterfalls, depth of field, eye level shot, matte painting trees, aliens, Titas Ženevičius (nome do artista de referência), swamp, day light, concept art, sun light, low sun.

 

A ideia era criar um cenário meio alienígena, futurista, mas que fosse um lugar que lembrasse o planeta Terra. Perceba que nas palavras-chave, foi indicado na plataforma referências como software, renderizador, porque a ideia era sinalizar para a AI assimilar os softwares que seriam utilizados.

 

No geral, não existem regras para essa pesquisa, pois isso é uma questão pessoal de cada artista, de repente o foco maior pode ser a linha técnica, na composição de cenas, artistas de referência, etc., as escolhas também fazem parte do processo de entendimento e experimentação da plataforma.

 

É claro que não iria conseguir fazer uma releitura na mesma velocidade da AI, mas essa ferramenta possibilitou um background e aqui, você como artista encontra uma grande ajuda porque o Midjourney “queima etapas” te fazendo ganhar tempo, entregando uma referência de composição para que possa criar a sua própria imagem.

 

A ideia, a partir da imagem de referência, era melhorar algumas coisas que não faziam muito sentido. Poderia ter um primeiro plano, mais água caindo, por exemplo, ou seja, a imagem poderia ser aperfeiçoada para atender às expectativas artísticas.

 
O processo de recriação da imagem no Max
 

A partir dessa imagem gerada, a criação teve início. O render 3ds Max® foi utilizado para auxiliar nos shapes iniciais para uma recriação muito similar a da foto que a plataforma Mid trouxe. Essa é uma técnica em que a foto é encaixada dentro do viewport no 3D, possibilitando um trabalho livre, com base no olhar do artista, porém complexo em sua dinâmica.

 

Refino da modelagem no Z-brush

 

A ideia era trazer melhorias para a imagem, tornando-a o mais realista possível. Então para uma próxima etapa o ZBrush, software de escultura digital foi utilizado com a finalidade de refinar os shapes já criados no 3ds Max® para uma similaridade maior com a textura de uma pedra.

 

O processo de composição

 

Após esse processo, trouxe de volta ao 3ds Max®, o modelo 3D refinado do penhasco e deu-se o início do trabalho de composição, textura, luz, camera, simulações de quedas d’agua e renderização.

 

O processo de pós-produção

 

Finalmente finaliza-se com uma pós bem simples apenas para trazer mais detalhes e adicionar alguns efeitos especiais como fumaça

 

Otimização de tempo

 

Usar o Midjourney otimiza o tempo do artista com as suas pesquisas e dá mais espaço para que possa usar ao máximo do seu olhar, sobretudo voltado aos detalhes e acabamentos finos no processo de criação.

 

A ideia é testar essas tecnologias, levar essas possibilidades e discutir junto aos artistas e tornar a AI aliada em diferentes processos como no branding, nos moodboards, entre outros.

 

A experimentação é o melhor caminho para que essas novidades possam ser incorporadas para apoiar o trabalho dos artistas e trazer maior eficiência nos processos.

 
 A questão não é que os artistas serão substituídos por essa inteligência ou deixarão de ser importantes nesse processo, mas a amplitude de possibilidades e detalhes que tornam as criações cada vez mais realistas no que diz respeito aos detalhes e o ‘refinamento’ do olhar humano a partir do apoio da ferramenta.
 

E você, o que pensa a respeito desse tipo de ferramenta no seu processo de criação?

 
 
 
 
 
 

Escrito por:

 

Gabriel Ceriani 3D Artist
Creditos: Victor luidgi,  Elephant Skin Team:

Gerente de Comunicação – Roberta Lemos | Estagiário de Comunicação – João Victor Campos

 
 

Jornalistas – Daiana Barasa and Juliana Rodrigues | Naiá